Perspectiva Quadrilátera

SIMETRIA PENTAGONAL NA PINTURA - HARMONIA CÓSMICA

Em análises feitas em pinturas de artistas renascentistas, observou-se que a composição de suas obras é baseada em uma simetria pentagonal de rotação, muito semelhante à encontrada em nosso sistema solar.

Na Renascença, os povos viviam sob a crença de que a Terra era chata e centro do Universo. Não era permitido a ninguém contestar com novas descobertas científicas, sob pena de pagar com a vida semelhante audácia.

Leonardo, possuidor de uma mente científica, estudioso e criativo, procurou fixar suas descobertas cósmicas, em suas pinturas. Não só ele, mas também seus contemporâneos: Raffaelo, Michelangelo e outros. Estes artistas não compunham suas obras dentro da trama geométrica da perspectiva linear central, mas sim, sobre ela, a fim de eliminar a dureza e a estática resultantes de linhas puramente geométricas.

O espaço pictórico, dividido em três planos sucessivos, eram assim trabalhados: o 2º e o 3º planos executados pela perspectiva linear central. O 1º por uma simetria cíclica a duas dimensões, acoplada à perspectiva linear central. Assim, originou-se a terceira dimensão encontrada nas obras de Leonardo.

Toda esta trama geométrica executada principalmente na obra de Leonardo, intitulada “O Cenáculo”, deu origem ao Barroco. Nela, observamos a estática do fundo, construída pela perspectiva linear e o dinamismo das figuras e de seus mantos, representados no 1º plano pela simetria de rotação.

Santiago Americano Freire, em seu livro “Leonardo” — (Gráf. Univ. M. Gerais — BH.1965), divulga sua descoberta: a estrutura invisível existente nas obras do grande mestre. Intitulou-a de estéreo-perspectiva e assim a definiu: “Estéreo-perspectiva (nova para nós) resulta de uma simetria cíclica, de grupos não finitos de rotações possíveis, a duas dimensões, acoplada à perspectiva linear central”.

É interessante observar que a sobreposição de imagens que constitui o novo conceito básico desta minha nova perspectiva linear, possui um pentágono “acoplado” a ela. Não é um pentágono inscrito num círculo como na estéreo-perspectiva de Santiago, mas é uma figura pentagonal, com seus cinco lados iguais. Toda a trama geométrica desta nova perspectiva exata é executada entre as duas linhas geradas por este pentágono imaginário: a de sua base e a que une os seus dois vértices laterais opostos.

A estéreo-perspectiva não será estudada neste livro por tratar-se de obra de outro autor. No entanto, quero mencionar que a harmonia e ritmo que ela dá à composição, quer seja figurativa ou não figurativa, e a terceira dimensão, quando ela é acoplada à perspectiva linear, é algo que um pintor não deve deixar de conhecer.

 
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